quarta-feira, 7 de abril de 2010

Agora eu tinha ela na mão, era de verdade.

Preta, pesava um kilo mais ou menos, calibre 17. Eu estava pronto.

E pronto para quê?

Para matar a mulher que apagou o brilho dos meus olhos e a luz da minha vida.

Eram 4h12 quanod sai de casa, andei disfrançando - como haviam me ensinado-. Fui até a padaria e comprei um maço de cigarro. Tirei um deles, acendi e sai fumando.

Lembrei da minha mãe e da minha vó. Se eu fosse pego pela polícia, elas iriam morrer de desgosto e não as veria tão cedo. Mas aquela mulher merecia! Merecia mais que tudo!

Lembrei da Camila -minha filha- que logo menos seria orfão de mãe e também não me veria tão cedo.

Tiro a queima roupa vale quantos anos de cadeia?

10 anos? 15 anos? 20 anos?

Não me importava. Aquela mulher merecia e merecia tanto!

R.Jaguaré, num.225. Entrei, ela estava na sala.

- O que você está fazendo aqui? Já mandei ficar longe de mim e da Camila!

- Cala a boca.

Atirei. Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco vezes.

Pior que viver por muito tempo na cadeia é sair dela e saber que ela não estava mais nesse mundo.

Seis. Sete. Oito.

Camila estava orfã de pai também.

Por Anie.

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