Agora eu tinha ela na mão, era de verdade.
Preta, pesava um kilo mais ou menos, calibre 17. Eu estava pronto.
E pronto para quê?
Para matar a mulher que apagou o brilho dos meus olhos e a luz da minha vida.
Eram 4h12 quanod sai de casa, andei disfrançando - como haviam me ensinado-. Fui até a padaria e comprei um maço de cigarro. Tirei um deles, acendi e sai fumando.
Lembrei da minha mãe e da minha vó. Se eu fosse pego pela polícia, elas iriam morrer de desgosto e não as veria tão cedo. Mas aquela mulher merecia! Merecia mais que tudo!
Lembrei da Camila -minha filha- que logo menos seria orfão de mãe e também não me veria tão cedo.
Tiro a queima roupa vale quantos anos de cadeia?
10 anos? 15 anos? 20 anos?
Não me importava. Aquela mulher merecia e merecia tanto!
R.Jaguaré, num.225. Entrei, ela estava na sala.
- O que você está fazendo aqui? Já mandei ficar longe de mim e da Camila!
- Cala a boca.
Atirei. Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco vezes.
Pior que viver por muito tempo na cadeia é sair dela e saber que ela não estava mais nesse mundo.
Seis. Sete. Oito.
Camila estava orfã de pai também.
Por Anie.
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